Pular para o conteúdo principal

Pinto o sete e aceito encomenda!

("Borboletas Atírias", última tela que pintei no Brasil tão correndo que não tive tempo de assinar. Tela de Irene e Caetano, janeiro de 2009)


O que você guarda aí escondido?

Eu não sei se você tem aí um desejo escondido, do tipo que você acredita que não se realizará nunca. Ou se você tem assim um dom para uma coisa super bacana e diferente, motivo pelo qual as pessoas o elogiam e dizem: "Nossa! Você escreve, costura, dança, conta piadas, pinta, joga tão bem e gosta tanto de fazer isso né?!". Pena que isso não dê futuro... Bom mesmo é ser médico, advogado, engenh...

Pois é. Muita gente no mundo tem uma paixão lá, amassadinha entre um monte de obrigações e pensamentos de sucesso profissional e financeiro, a qual o tempo vai apagando.

Conheço uma dona de casa que sonhou sempre em ser cantora lírica. Um engenheiro que era louco para fazer curso de dança e sair dançando pelos bailes da cidade. Uma bióloga cujo sonho era montar seu espaço zen de massagem e uma linguista que desejava ardentemente ser chef de cozinha.

Não sei até que ponto a gente deva mesmo "largar tudo" e seguir esses desejos de realização pessoal total. Talvez funcione para uns, talvez não para outros. O que eu tenho certeza é que uma pessoa que afogue uma coisa assim, que não tem nada a ver com o que faz diariamente vai, com certeza, ser um tanto infeliz ou vai se reconhecer infeliz um dia.


"Começar de novo..."

(Uma de minhas primeiras telas no Super Nanny, SBT. Dora (inspirada em Isabelle Tuchband) que agora pertence à amiga Daniela Morassutti)

Há alguns anos, resolvi acreditar em minhas professoras de educação artística e de geografia da sexta série que viviam me elogiando. Naquela época, eu gastava mais horas fazendo os mapas da aula do que estudando a matéria. Me peguei durante décadas trabalhando em empresas em minha cidade, na Prefeitura e em escritórios onde eu não fui ninguém tão importante, nem fiz dinheiro como diziam que dava para fazer, mas onde me insistiam e eu insistia que haveria de dar "futuro". Foi então que eu desisti e fui estudar filosofia.

Lembro de ter pedido sugestão à minha mãe, já que, depois de dez anos me mantendo trabalhando e independente financeiramente, eu iria estudar em tempo integral. Ela me lembrou que infelizmente eles não tinham dinheiro para me manter na universidade, mas que se eu achava que conseguiria dar conta disso, ela me apoiaria em tudo. Foi o que fiz. Segui o sonho. Tudo que eu queria era ler, estudar, pensar etc. Mantive meus estudos da graduação da Unicamp e do mestrado fazendo trabalhos braçais ou pesquisas ou tendo bolsas de estudo. Nunca me faltou dinheiro para me manter e eu sempre tive para os livros e para a comida.

Foram anos maravilhosos. Nunca aprendi tanto em minha vida. Gastava horas por dia na biblioteca ou discutindo com amigos os temas das aulas. Ainda estava enterrado meu desejo de pintar, mas eu tinha a mais absoluta certeza que eu não dava para aquilo, então eu permanecia bem feliz ali mesmo. Além do mais eu sabia que nunca haveria de pintar como os grandes e não sabia nem mesmo por onde começar.

Eu passava em frente a umas escolas de pintura lá em Campinas e chegava a sonhar por algumas quadras como seria pintar um quadro. Depois dava um chacoalhão na cabeça e continuava a vida. Dando aulas de redação animadas e barulhentas em cursinhos, fazendo meu mestrado em Sociologia da Cultura eu já era suficientemente feliz.


Da teoria à prática...

Foi só em 2002, em São Paulo, que o andar dos planetas me colocou na mesma rua que o da Eloísa. Artista plástica com um ateliê ali na minha rua, ela havia sido o mesmo tipo de menina sonhadora do interior (Caconde) que tinha ido parar na capital.

Foi em seu ateliê que aprendi que ninguém nasce sabendo alguma coisa. Era preciso aprender. Nem mesmo Van Gogh que eu adorava de paixão pintava do nada. Ele se inspirava em artistas anteriores, ele via o mundo e tentava reproduzi-lo de alguma forma.

E foi ainda na Universidade, dessa vez na USP, que eu fui percebendo que a pintura e a arte poderiam ser construídas e aprendidas. Eu não era um gênio, mas eu poderia pegar um pincel e criar algo sim. Eu estudava sobre Estética para escrever minha tese, mas ia eu mesma construindo teorias a respeito de minha própria pintura.

E, então, aquela paixão escondida desde a infância foi tomando mais e mais forma. Pintei dezenas de telas em apenas alguns meses e nunca quis copiar nenhuma. Nunca fiz naturezas mortas ou paisagens realistas. Comecei com desenho, mas fui logo passando às pinturas. A Elô me ajudou a criar meus próprios motivos e acreditar que poderia aprender, enquanto pintava aquilo que mais gostasse.


(As borboletas enfeitando a sala do casal. Criação feita a partir do pedido: "queríamos um quadro bem colorido e alegre. Pode ser um cheio de borboletas")

A coisa foi ficando tão forte que abandonei meu primeiro tema do doutorado: "A teoria estética de Adorno" ( sobre quem eu já havia escrito uma dissertação de mestrado) para me dedicar a rever a crítica feita à pintura de Anita Malfatti. O resultado, para o qual não me faltaram sacrifícios, foi "A controversa pintura de Anita Malfatti".

Fiz outros cursos de arte, como o de pintura do MAM e aprendi mais coisas legais. Comecei a frequentar exposições e quando viajava passava muuuitas horas dentro dos museus. Ver os quadros e a "mão" dos melhores artistas do mundo foi dos investimentos mais incríveis que fiz (fizemos) até hoje. Sempre na companhia do Renato eu chorei diante dos girassóis do Vang Gogh em Amsterdan e passei oito horas vendo os Matisses em Paris.

Escrevi minha tese ao mesmo tempo em que pintei umas cinco dezenas de quadros. Muitos eu dei de presente, muitos estão comigo e muitos outros foram vendidos. Ganhei tanto dinheiro quanto ganhava dando aulas em cursinhos legais a semana toda e bem mais do que quando era concursada de Prefeitura e trabalhava na vida burocrática. E eu passava a noite pintando, a madrugada e os fins de semana sempre com um pensamento: como eu posso fazer algo tão bom e prazeroso e ainda ganhar dinheiro com isso?

E tem sido mais ou menos assim desde então.

Defendi meu doutorado ano passado e, por enquanto, estou apenas visitando os museus daqui e tentando escrever artigos para revistas especializadas. Apenas começando.

Pintei apenas cinco telas em dois anos de Suécia. Foi um tempo de dar vida ao Ângelo e cuidar dele com carinho. Agora, que finalmente meu ano vai se iniciar, eu tenho tantos e tantos projetos em mente que estou eufórica e ansiosa por começar.


"Amanhã será um lindo dia..."

Continuar a estudar sueco, como já estava fazendo as manhãs todas para ter mais chances de trabalho por aqui é o primeiro plano. Ao mesmo tempo, pintar muito até ter material para uma segunda exposição e fazer as telas que me encomendaram ano passado. Me aprofundar num novo trabalho que comecei fim do ano, criando arte em cadeiras e criar um portfolio decente. Escrever melhor no meu blog e no Brassar. Buscar trabalho nos museus de Copenhaguem para ter experiência no meu campo de trabalho científico.

("Somnia em ação. Tela encomendada por Maria e Sidney. Pedido: "queremos elefantes coloridos e uma atmosfera oriental, 2004)

Não sei o quanto disso tudo vou cumprir. E me desculpem se escrevo tanto sobre mim mesma e sobre meus super individuais planos de futuro, mas é que escrever esse blog e receber tanto retorno legal também é algo que eu não havia planejado, porque nunca acreditei que escrever fosse minha praia. Sempre amei fazer e escondia meus escritos, mas só com o blog isso tem ganhado corpo.

Acho que o que me leva a esse post é o fato de eu ter andado pensando o quanto é bom que a gente encontre gente que diga: "Vá em frente!" "Você consegue, você é capaz!" ao invés de gente que diga: "huuummm...". Sem contar que o comentário de um artista plástico no blog "adorei seu trabalho" fez voltar à baila esse tema na minha cabeça.


"Coisas pequenas são..."

No Brasil uma pobre pessoa certa vez me perguntou: "se você tem dinheiro trabalhando como professora de filosofia e estudando como é que não tem um carro zero?" Hahaha! É de morrer de rir e de pena, mas a verdade é que no Brasil a maior parte das pessoas vai mesmo chegar com argumentos assim para desconstruir qualquer atitude que não seja ir a favor da corrente.

O que eu posso dizer agora e com bastante alegria é: talvez você não tenha dinheiro como teria sendo um grandiosíssimo empresário, mas tem que ver o que vale mais para você. Em que vale a pena seu investimento de energia, tempo e dinheiro. A vida passa rapidamente e eu quero ter certeza que gastei meu rico tempo e dinheiro fazendo exatamente aquilo que é importante para mim. O resto não me acrescenta muito, então eu deixei já faz um tempo.

Foi por essa razão que, ainda que a visita ao Brasil tenha sido tão tão corrida, eu quis parar um dia e voltar ao ateliê da Eloísa. Foi um momento ma-ra-vi-lho-so novamente. Minha amiga não estava e deixou as chaves de sua casa para mim. Pintei essa tela para dar de presente aos meus sogros que me ajudaram demais enquanto estive aí e por sorte eles gostaram tanto que já me mandaram a foto de como ficou na sala deles.

Agora só é preciso não deixar que o dia a dia e a vida de "faça tudo você mesmo" da Suécia tirem isso de mim. É sempre preciso lutar contra alguma idéia que venha para dizer: "huuuummm..." melhor deixar pra trás! Então que venha o futuro e os "huuunns" todos. Tô comigo e não abro!

Comentários

olhodopombo disse…
Sonia,
adorei ter chegado ate o seu blog.
muitas coisas que voce escreveu acontece comigo.
mas este ano resolvi arregaçar as mangas e me dedicar ao que sempre gostei: o estudo das obras de arte e seus criadores.finalemnte depois de seculos de muitos desencontros ....
parabens por sua energia vibrante e que pércebemos nas tonalidades do vermelho que usa tão bem....
Unknown disse…
Obrigada ! Pelo lindo presente.Apesar de toda correria você conseguiu arrumar umas horinhas para pintar a tela.Agora na minha sala voam alegres borboletas amarelas .Pena que vocês também voaram de volta pra Suécia e deixaram um enorme vazio .
Beijos!!!!!
Beth/Lilás disse…
Ah, menina! Eu sabia que você não dava ponto sem nó!
Juntou a beleza dos dois mundos - filosofia e pintura -, e deu nisso, trabalhos lindos e vibrantes, que retratam bem o seu espírito alegre e brasileiro.
Quem me dera poder possuir uma obra sua, quem sabe um dia!
Também já pintei alguns quadros quando morava na pacata Petrópolis, mas eram cópias de artistas famosos, paisagens ou naturezas mortas. Mas, acho que não tenho talento e criatividade para isso. Vou procurar se tenho alguma foto de um desses para lhe mostrar. Pintei um gato azul que foi uma criação minha realmente, mas o resto nada especial nem tão lindo quanto os teus.

Parabéns e que possa ter tempo para dar continuidade a esta beleza de talento.
beijo carioca
Anônimo disse…
Oi amiga Sonia
Sabe que estou há dias com aquela sensação de que não deveria ter abandonado meu lado "artista", de quem toca piano, pinta quadros, desenha, faz reiki.., de repente abandonei tudo e hoje só a contabilidade tem lugar na minha vida. Lendo teu post descobri que está mais do que na hora de resgatar algo em mim, afinal esse ano faço 40 anos e como dizem "a vida começa aos 40..". Obrigado pelo texto lindo.
Beijos
Eveline
P.S. Amei as borboletas
Somnia Carvalho disse…
Fátima,

a sua descoberta levou-me a uma outra: o arte postal que voce traz nos seus blogs! Fiquei muuito impressionada! Adorei a ideia, a sensibilidade tudo!

Exatamente com qual tipo de obra voce tem trabalhado na analise? adoraria trocar umas ideias!

meu email: borboletapequeninanasuecia@gmail.com

abraçao e obrigada pelos super comentarios!
Somnia Carvalho disse…
Oi Vavá Irene!

Sim, a gente voou de volta pra ca, mas ca nao e definitivo e sim ai!

Foi muito especial ter pintado o quadro para voces! fiquei feliz que tenham gostado! ele tambem me inspirou na volta urgente à pintura!

tambem sentimos falta de voces! beijos
Somnia Carvalho disse…
Lilas benzoca,

me da um tema que eu faço uma tela para voce! mas tem que ser antes de eu nao virar uma artista milhionaria que ai nao terei mais tempo! rs...

sabe que eu nao fiz copia nao porque isso seja menos, pelo contrario... eu nao consegui mesmo! e muito dificil exige discplina que eu nao tenho... eu nao sou nada paciente e embora pensasse em copiar para aprender, porque a gente aprende muito copiando obra boa eu nao tinha paciencia para chegar aos entrementes!

me manda foto!!! beijosssss
Somnia Carvalho disse…
Eveline, minha queridona,

Quarenta e so o inicio! haha!

Voce trabalha com contabilidade? nossa! entao deve ser alguem super paciente, imagino! eu estudei contabilidade no segundo grau mas era muito basico... me diz: se deixasse "tudo" ou parte desse "tudo" qual e o sonho que tem ai contido dentro da Eveline????
olhodopombo disse…
Somnia,
anotei e vou te enviar um email.
a arte postal eh uma maravilhosa troca d eamizade atraves do nosso instinto criativo via correios...
olhodopombo disse…
Somnia,
tudo que voce viu nos meus blogd,
eh coisa que produzo.ou que ja tinha feito emoutros tempos em outros lugares que vivi.
a arte psoatl lhe explicarei por email..
prazer em lhe conhecer.
Anônimo disse…
Oi Sô,

As borboletas ficaram lindas não só no quadro, mas no blog também!

Bjs,

Tia Guilhermina
Jorge Elô disse…
Adorei este post.
Parabéns! Também sou artista, e me senti revigorado em siguir trilando meu caminho. Obrigado pela força que seu texto injetou em mim.

Abraços!
Somnia Carvalho disse…
Oi Fátima! tô esperando pra saber mais!!!
Somnia Carvalho disse…
Tia Guilhermina! pena a gente não poder almoçar
uma boa feijoada em frente ao quadro juntas!!!

beijocas e saudade!
Somnia Carvalho disse…
Olá Jorge!!!

Fui lá no seu pedaço e uau! voce e super artista! desenha que e uma coisa! quem me dera desenhar assim!

fiquei muito feliz de saber que o texto lhe ajudou! acho que escrevi num momento em que eu mesma estava tão euforica de não me sentir desanimada, mas ao contrario cheia de vontade de criar e criar sem pensar no resto que nao deixei passar!

e vendo seu blog tambem me animei! abraco
iscadeleopondo disse…
Isso me animou a seguir meu sonho!!!
Meu sonho é ser empresário com um grande data center, outro sonho meu é ter um cargo de diplomata na suécia (por causa desse sonho que conheci o blog).
Estou novo ainda (17 anos) mas eu não consigo tirar esses 2 sonhos da cabeça, faz alguns anos já...

quem sabe um dia eu consiga realizar algum deles, ou quem sabe os 2!!!
Anônimo disse…
Pois é amiga, como disse Pablo Neruda "morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos". Acho que aí me perdi..., mas como a vida é maravilhosa e sempre nos dá novas oportunidades eu vou primeiro descobrir o que está escondindo por anos de regras e obrigações, depois quem sabe???
E realmente sou bem paciente, só não pode ultrapassar o balde, senão..., hehehe
Beijos
Eveline
Lúcia Soares disse…
Uai, Sônia, pedindo você atende? Também quero um quadro seu...mas pode ser depois de famosona, aí terá mais valor.Rssrsrsrsr. O tema? "Sonhos que escapam". Exatamente o que fiz em minha vida. Não sou uma pessoa de dons artísticos, não tenho, definitivamente, habilidades manuais. De verdade, nunca me encontrei...Pena, në? Mas já me acostumei. Hoje me habilito a ser avó. Moderna. Não quero saber de tricotar, não faço bolos nem biscoitinhos fritos ou assados. Mas me desdobro em amor e carinho.
Impressionei-me com sua determinação. Que vida linda e rica! Parabéns!
Anônimo disse…
leggere l'intero blog, pretty good

Postagens mais visitadas deste blog

"Ja, må hon leva!" Sim! Ela pode viver!

(Versão popular do parabéns a você sueco em festinha infantil tipicamente sueca) Molerada! Vocês quase não comentam, mas quando o fazem é para deixar recados chiquérrimos e inteligentes como esses aí do último post! Demais! Adorei as reflexões, saber como cada uma vive diferente suas diferentes fases! Responderei com o devido cuidado mais tarde... Tô podre e preciso ir para a cama porque Marinacota tomou vacina ontem e não dormiu nada a noite. Por ora queria deixar essa canção pela qual sou louca, uma versão do "Vie gratuliere", o parabéns a você sueco. Essa versão é bem mais popular (eu adorava cantá-la em nossas comemorações lá!) e a recebi pelo facebook de minha querida e adorável amiga Jéssica quem vive lá em Malmoeee city, minha antiga morada. Como boa canção popular sueca, esta também tem bebida no meio, porque se tem duas coisas as quais os suecos amam mais que bebida são: 1. fazer versão de música e 2. fazer versão de música colocando uma letra sobre bebida nela. Nest

"Em algum lugar sobre o arco íris..."

(I srael Kamakawiwo'ole) Eu e Renato estávamos, há pouco, olhando um programa sueco qualquer que trazia como tema de fundo uma das canções mais lindas que já ouvi até hoje. Tenho-a aqui comigo num cd que minha amiga Janete me deu e que eu sempre páro para ouvir.  Entretanto, só hoje, depois de ouvir pela TV sueca, tive a curiosidade de buscar alguma informação sobre o cantor e a letra completa etc. Para minha surpresa, o dono de uma das vozes mais lindas que tenho entre todos os meus cds, não tinha necessariamente a "cara" que eu imaginava.  Gigante, em muitos sentidos, o havaiano, e não americano como eu pensava, Bradda Israel Kamakawiwo'ole , põe todos os estereótipos por terra. Depois de ler sobre sua história de vida por alguns minutos, ouvindo " Somewhere over the rainbow ", é impossível (para mim foi) não se apaixonar também pela figura de IZ.  A vida tem de muitas coisas e a música é algo magnífico, porque, quando meu encantamento por essa música come

O que você vê nesta obra? "Língua com padrão suntuoso", de Adriana Varejão

("Língua com padrão suntuoso", Adriana Varejão, óleo sobre tela e alumínio, 200 x 170 x 57cm) Antes de começar este post só quero lhe pedir que não faça as buscas nos links apresentados, sobre a artista e sua obra, antes de concluir esta leitura e observar atentamente a obra. Combinado? ... Consegui, hoje, uma manhã cultural só para mim e fui visitar a 30a. Bienal de Arte de São Paulo , que estará aberta ao público até 09 de dezembro e tem entrada gratuita. Já preparei um post para falar sobre minhas impressões sobre a Bienal que, aos meus olhos, é "Poesia do cotidiano" e o publicarei na próxima semana. De quebra, passei pelo MAM (Museu de Arte Moderna), o qual fica ao lado do prédio da Bienal e da OCA (projetados por Oscar Niemeyer), passeio que apenas pela arquitetura já vale demais a pena - e tive mais uma daquelas experiências dificilmente explicáveis. Há algum tempo eu esperava para ver uma obra de Adriana Varejão ao vivo e nem imaginava que