Pular para o conteúdo principal

Estocolmo: um outro lado da Suécia e dos suecos

(Estocolmo, vista de um dos lados da cidade)


Estocolmo por ela mesma

Estocolmo, a capital da Suécia, é uma das capitais mais bonitas em que já estive. 
A cidade é recortada por imensos canais, onde centenas de barcos circulam com turistas passeando pela cidade. É impossível pensar em Estocolmo sem os barcos. A água e eles parecem ser a vida da cidade. Não à toa uma das amizades que fiz aqui, o Tobias que veio de lá, diz que a coisa que ele mais sente falta é do barquinho que tinha. 

Se você vai a Estocolmo é preciso tomar um desses barcos para ter uma idéia geral da cidade, porque só andando é difícil chegar a alguns pontos, já que a cidade é bem grande.


(Curtindo o passeio de barco, que fez Ângelo enlouquecer e apontar o dedinho pra todo lado)


Em nosso rápido passeio de três dias, também incluimos uma visita ao imperdível Wasa Museum. Nele a gente entra na história de um imenso navio, que esteve no fundo do mar por mais de trezentos anos e foi encontrado nos anos 60, em condições incríveis de preservação porque as águas dali não eram muito salgadas. A visita é emocionante e muito informativa. Conheci mais a respeito da Suécia e da nossa História.



(Renato ao lado da roupa de mergulhador, usada nos anos 60, para resgatar o navio e seus destroços)

Outro maravilhoso Museu é o Museu de Arte Moderna, onde só a tela Marcela, do Kirchner, já valia a pena a visita. Mas você também pode ver um Matisse e seus contemporâneos. Sem contar que as exposições de artistas atuais é muito, muito boa.


Estocolmo e Malmö, duas possíveis visões

Estocolmo é muito maior que Malmö, que é a terceira maior cidade da Suécia. É também mais charmosa, mais movimentada, mais internacional ainda e tem uma vida noturna que aqui não se tem. 

Os turitas são muitos, os estrangeiros que vivem lá também. Encontramos brasileiros cantando no lounge do hotel, brasileiros em uma apresentação de bateria na praça etc. É verdade que em Malmö também temos algo parecido no verão, mas em Estocolmo tem uma agitação de cidade onde tudo, ou muita coisa, acontece o tempo todo. Tem um "glamour" que fez Malmooee, como o pessoal daqui da Skåne pronuncia o nome da cidade, parecer uma pacata Fazenda com praia.



(Estocolmo, vista de um outro lado da cidade)

Até os suecos de Estocolmo parecem mais barulhentos e animados. Vimos parte de um jogo da Suécia contra Espanha numa enorme praça e a animação só perdia pros brasileiros, porque não tinha samba junto. Além do que a multidão era animada, mas extremamente comportada. 




(A animadíssima torcida cantarolante da Suécia, no jogo contra Espanha, da Eurocopa)

Mas se, por um lado, achei Estocolmo é tudo isso de bom, ela é bem barulhenta, porque tem carro pra lá e pra cá, como qualquer cidade muito grande. Tem uma super linha de metrô e quase todos os meios de transporte possíveis circulando pra lá e pra cá e, embora isso seja fantástico e necessário, você sente que tudo é corrido, tem uma certa urgência, como eu sentia em São Paulo.

Se tem a tal vida noturna, faltou as dezenas e dezenas de playground e parques que temos em "Malmoooee". E o trânsito ultra tranquilo e uma certa paz que a gente tem aqui... Voltei como quem volta para a casinha e meio cheia de orgulho de viver com o pessoar das Skåne. Eles são mais fechados, é verdade. Eles são mais quietos, também é verdade, mas eles sabem e podem aproveitar a vida de um jeito que eu, aí no Brasil, e em São Paulo, não terei mais chance.

Então voltei com a impressão de que Estocolmo é deliciosa de ver e Malmö de viver. São dois lados da Suécia que se completam. Acho que essa viagem me ajudou a alargar a visão que eu tinha do país e do seu povo e a valorizar ainda mais nossa vidinha daqui.

ps: nosso álbum ficou bem fraquinho e pequeno, porque nossa câmera estava com problema. Serve como registro de que vivemos esses dias por lá...

Comentários

nes disse…
durante o ano que vivi na suécia, fui a estocolmo umas 4 vezes, e nunca me conquistou por aí além. adorei malmö, senti mesmo que era uma boa cidade para se viver, e por incrível que pareça, achei também que era mais movimentada (de pessoas), talvez mais familiar, muito mais acolhedora do que estocolmo. E quando fui a Gotemburgo, achei que era uma versão maior de Malmö, também mais acolhedora e animada que estocolmo. Mas do que gostei mesmo foi das cidades do norte da Noruega, como Tromso e Trondheim... parecem cidadezinhas de contos de fadas :)
Somnia Carvalho disse…
Oi Nes!

Muita gente me fala dos fiords noruegues e ainda precisamos ir à Noruega antes de ir embora!

A impressão que tenho de Goteburgo é a mesma que a sua: e Malmo, porem maior e mais elegante.
nes disse…
Olá novamente! Já agora, e já que vives em Malmo, posso também sugerir um passeio de fim-de-semana, à "aldeia" onde eu vivi, Växjö! :) É muito pacata mas muito bonita, para variar, com grandes lagos por todo o lado, e até com "praia" :)

Uma outra cidade escandinava que não fui e muito me arrependi, mas só vi fotos, é Bergen! Pelas fotos que vi é linda! Em termos de arquitectura pareceu-me muito mais elaborada que o normal para escandinávia :)

Postagens mais visitadas deste blog

"Em algum lugar sobre o arco íris..."

(I srael Kamakawiwo'ole) Eu e Renato estávamos, há pouco, olhando um programa sueco qualquer que trazia como tema de fundo uma das canções mais lindas que já ouvi até hoje. Tenho-a aqui comigo num cd que minha amiga Janete me deu e que eu sempre páro para ouvir.  Entretanto, só hoje, depois de ouvir pela TV sueca, tive a curiosidade de buscar alguma informação sobre o cantor e a letra completa etc. Para minha surpresa, o dono de uma das vozes mais lindas que tenho entre todos os meus cds, não tinha necessariamente a "cara" que eu imaginava.  Gigante, em muitos sentidos, o havaiano, e não americano como eu pensava, Bradda Israel Kamakawiwo'ole , põe todos os estereótipos por terra. Depois de ler sobre sua história de vida por alguns minutos, ouvindo " Somewhere over the rainbow ", é impossível (para mim foi) não se apaixonar também pela figura de IZ.  A vida tem de muitas coisas e a música é algo magnífico, porque, quando meu encantamento por essa música come

"Ja, må hon leva!" Sim! Ela pode viver!

(Versão popular do parabéns a você sueco em festinha infantil tipicamente sueca) Molerada! Vocês quase não comentam, mas quando o fazem é para deixar recados chiquérrimos e inteligentes como esses aí do último post! Demais! Adorei as reflexões, saber como cada uma vive diferente suas diferentes fases! Responderei com o devido cuidado mais tarde... Tô podre e preciso ir para a cama porque Marinacota tomou vacina ontem e não dormiu nada a noite. Por ora queria deixar essa canção pela qual sou louca, uma versão do "Vie gratuliere", o parabéns a você sueco. Essa versão é bem mais popular (eu adorava cantá-la em nossas comemorações lá!) e a recebi pelo facebook de minha querida e adorável amiga Jéssica quem vive lá em Malmoeee city, minha antiga morada. Como boa canção popular sueca, esta também tem bebida no meio, porque se tem duas coisas as quais os suecos amam mais que bebida são: 1. fazer versão de música e 2. fazer versão de música colocando uma letra sobre bebida nela. Nest

O que você vê nesta obra? "Língua com padrão suntuoso", de Adriana Varejão

("Língua com padrão suntuoso", Adriana Varejão, óleo sobre tela e alumínio, 200 x 170 x 57cm) Antes de começar este post só quero lhe pedir que não faça as buscas nos links apresentados, sobre a artista e sua obra, antes de concluir esta leitura e observar atentamente a obra. Combinado? ... Consegui, hoje, uma manhã cultural só para mim e fui visitar a 30a. Bienal de Arte de São Paulo , que estará aberta ao público até 09 de dezembro e tem entrada gratuita. Já preparei um post para falar sobre minhas impressões sobre a Bienal que, aos meus olhos, é "Poesia do cotidiano" e o publicarei na próxima semana. De quebra, passei pelo MAM (Museu de Arte Moderna), o qual fica ao lado do prédio da Bienal e da OCA (projetados por Oscar Niemeyer), passeio que apenas pela arquitetura já vale demais a pena - e tive mais uma daquelas experiências dificilmente explicáveis. Há algum tempo eu esperava para ver uma obra de Adriana Varejão ao vivo e nem imaginava que